Olá mais uma vez! Estou a aproximar-me do fim desta história o que significa duas coisas que me têm tirado o sono: está a terminar e eu até estava a gostar (mas outras virão), agora o que é realmente preocupante é que não escrevi ainda o fim. Esta história tem sido escrita a pouco e pouco, entre as horas mortas do trabalho e ultimamente, como sabem, simplesmente não tem dado. Aquilo anda uma loucura. Em fim... Mas alguma coisa surgirá. Sempre trabalhei melhor sobre pressão. É sempre nessas alturas que a minha inspiração e imaginação funciona em pleno. Mas chega de conversa...
Continuação...
Raúl estava na beira do precipício e lá em baixo corria um rio de lava; já estava a ficar desesperado quando ouviu uma voz.
- Raúl! Ajuda-me! Gritou desesperada. Raúl de bruçou-se e viu Leonor presa pela corda que os segurava. A porta que se tinha fechado estava a suste-la, mas não por muito mais tempo, pois a corda estava a desfazer-se. Apressou-se a iça-la e Leonor caiu-lhe nos braços num choro compulsivo.
- Calma meu amor. Já está tudo bem.
- Não está nada! Como é que vamos sair daqui? Estamos aqui presos para sempre! Já olhaste bem?! Não podemos voltar para trás e para a frente temos a morte certa. Nós vamos morrer!... Leonor estava completamente descontrolada. Raúl segurou-lhe o rosto entre as suas mãos.
- Leonor! Acalma-te! Nós vamos sair daqui ouviste? Confia em mim! Leonor fez um esforço para se controlar e parou de soluçar. Olharam os dois em volta. Realmente não tinham grande escolha. Ou voltavam para trás ou atiravam-se ao rio de lava. Nenhuma das duas hipoteses era viável. Foi então que Raúl reparou numa abertura na outra margem do rio de lava.
- Está ali uma passagem...
- E como é que lá chegamos? Perguntou Leonor.
Raúl olhou mais umpouco à sua volta e encontrou uma estátua de Ré, o deus do Sol. Era pequena e tosca. Aproximou-se e olhou-a com calma. Não havia nada à sua volta. Pegou nela com cuidado. Mas assim que a elevou uns milimetros do chão, ouviu-se um novo clique seguido de uma baque.
- Raúl o que é que fizeste?! Perguntou Leonor horrorizada... De repente surgiu uma espécie de prancha que se elevou a té meio do rio de lava.
- Metade do caminho já está! Sorriu Raúl. Olhou novamente para a estátua, no fundo estava uma inscrição mas em copta.
- Leonor! Dá-me aqui uma ajuda a decifrar isto. Leonor aproximou-se...
"Para o abismo deves saltar
Confiando em Ré, o todo poderoso.
No Sol que dá vida deves confiar
E a ti próprio entregar.
Para que o barqueiro à outra margem
Te possa levar"
- Mas o que é que isto significa? Temos de nos atirar?! Mas eles estão malucos ou quê?!
- Calma! Eles têm sempre uma saída. Se é isso que diz, é o que devemos fazer.
- Estás louco?! Enquanto Raúl dizia isto caminhou para a ponte. Era solida e segura, debruçou-se na beira. Passou a mão e constatou que não havia ali nada. A ponte acabava mesmo ali. Voltou para junto de Leonor. Não podia ser. Uma coisa que os egípcios nunca faziam era fechar todas as portas sem dar oportunidade. Deixavam sempre uma hopotese de salvação. Voltou a ler a inscrição vezes sem conta. Olhou em volta e atirou uma pedra ao acaso. Mas, em vez de ouvir a pedra a cair, ou melhor a não cair, pois seria derretida pela lava, ouviu um estalido como se ela tivesse caido em terra firme. Mas a pedra não estava em lado nenhum. Atirou outra e viu a pedra desaparecer como que por magia e logo a seguir o som de que tinha aterrado ali perto "sã e salva".
- É isso! Temos que nos entregara a Ré e confiar nele cegamente. Confiar na sua sabedoria. Temos de saltar Leonor...
Continua...